Crise de combustível no norte de Moçambique: situação alastra-se à Niassa

 

A província do Niassa enfrenta um cenário alarmante de escassez de combustível, com destaque a gasolina que se torna nos últimos dias um bem cada vez mais raro e caro.

A situação é particularmente crítica no distrito de Nipepe, onde a população luta para se locomover e manter suas atividades económicas básicas devido à falta de combustível.

Na semana passada, o preço do litro de gasolina chegou a oscilar entre 250 e 300 meticais, um aumento significativo que tem gerado preocupação entre os moradores.

“É impossível encontrar táxis-moto disponíveis. Muitos já desistiram de sair de casa”, desabafou Maria, uma residente local, que depende do transporte para levar suas mercadorias à mercado informal e realizar levantamento dos produtos nos campos de produção.

Os agricultores da região são os mais afectados pela crise. Com muitas machambas localizadas a cerca de 5 km de suas residências, o alto custo do combustível os impede de se deslocar para cuidar dos seus produtos.

“Estamos vendo nossas colheitas irem por água abaixo porque não conseguimos chegar às nossas machambas”, lamentou João José um agricultor que tem enfrentado dificuldades para manter sua produção.

A situação começou a mudar um pouco com a chegada recente de um fornecedor proveniente de Malema, na província de Nampula. Cândido, um dos revendedores locais, informou que foram entregues mais de 400 litros de gasolina na vila-sede de Nipepe.

“Isso ajudou a aliviar temporariamente a escassez e reduziu o preço para entre 160 e 170 meticais por litro”, explicou ele.

Embora essa quantidade tenha trazido um alívio momentâneo, os moradores permanecem cépticos em relação à durabilidade dessa solução. “Esperamos que mais combustível chegue em breve, mas estamos sempre apreensivos com a possibilidade da escassez voltar”, disse Ana Maria, uma comerciante local.

Produtos da primeira necessidade também subiram

Além das dificuldades diárias enfrentadas pela população, a crise de combustível também está impactando negativamente o comércio local.

Mozanorte, contactou que os preços dos produtos nas lojas estão aumentando à medida que os revendedores tentam compensar os custos elevados do transporte.

“Se não conseguirmos resolver essa situação logo, muitos pequenos negócios poderão fechar as portas”, alertou Pedro Mala, um empresário da região, sem adiantar a variação de preços.

Há dias, Mozanorte reportou em tempo real que a crise de combustível também está afectar as províncias de Cabo Delgado e Nampula, nesta última até houve uma tentativa de manifestação de repúdio, mas a PRM deteve o principal organizador da marcha no sábado, 10 de Maio. Ma Mataka

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