Director do IFP questiona critérios de modelo de contratação dos graduados no sistema de ensino

O Director do Instituto de Formação de Professores (IFP), Alberto Joaquim Chipande, afirmou desconhecer os critérios e normas utilizados para a integração de docentes formados e graduados do instituto no Ministério da Educação, com vista à docência.

A declaração foi feita na última quinta-feira, 19 de junho, durante a V Reunião Provincial de Planificação, realizada na cidade de Pemba, que contou com a participação de todos os diretores dos Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia da província de Cabo Delgado.

Segundo Horácio Ambrósio, representante do IFP de Pemba, muitos graduados continuam sem ocupação, permanecendo em casa após a conclusão do curso.

“Não percebo os critérios de selecção utilizados pela Direcção Provincial de Educação e pelos Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia. O graduado entrega os documentos, faz entrevista, fica como suplente e, no ano seguinte, quando novos concursos são lançados, ele volta à estaca zero, sendo novamente submetido a entrevista enquanto outros, formados depois, já estão a trabalhar”, desabafou Ambrósio.

Ambrósio acrescentou que a instituição tem formado jovens que acabam desmotivados, pois muitos graduados dos anos de 2022 e 2023 ainda não conseguiram colocação profissional.

“Não são meus filhos, mas preocupa-me. Esta é uma situação que os directores distritais devem saber explicar”, afirmou.

Na ocasião, recordou uma promessa feita anteriormente pelo Director Provincial do Desporto, que sugeria que graduados sem colocação fossem encaminhados para escolas privadas, substituindo os professores que acumulam turmas em várias instituições.

“O graduado está sem espaço. A Direcção Provincial de Educação deveria considerar integrá-los em escolas privadas. Assim, os professores actualmente no activo manteriam suas turmas normais e teriam menos sobrecarga. Muitos estão a trabalhar em três escolas, enquanto o graduado fica em casa, sem sequer ter dinheiro para comprar crédito telefónico”, criticou.

Por sua vez, o Director Provincial da Educação explicou que há vontade de empregar todos os graduados anualmente, mas o número de vagas disponibilizado pelo Ministério da Educação é insuficiente, não cobrindo todos os formados.

Um dos graduados entrevistados elogiou a postura do Director do IFP, afirmando que ele defendeu bem os seus alunos, que se formam e ficam sem perspectivas de emprego.

A mesma fonte denunciou ainda que há suspeitas de corrupção nos Serviços Distritais de Educação, especialmente nos departamentos de Recursos Humanos, onde vagas estariam a ser vendidas por valores superiores a 70 mil meticais.

Segundo ele, ao investigar os que começaram a leccionar no ano passado, vários confirmaram ter pago valores para obter a vaga. Além disso, há alegações de favorecimento a familiares e amigos de dirigentes, garantindo-lhes acesso preferencial às oportunidades. (Abel Buruhane)

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