Para quem chega pela
primeira vez na casa mãe espera do centro de saúde de Metangula e encontrar as
mulheres no momento de preparação das refeições, pode achar que trata-se de uma
cerimónia fúnebre ou do terceiro dia, onde há muitas panelas e lareiras
espalhadas a se cozinhar ao relento, faça chuva, faça Sol; enquanto trata-se do
centro de saúde, onde as mulheres estão a espera do parto, isto por falta de um
lugar ou cozinha para prepararem os alimentos de forma condigna.
Para além da cozinha,
as casas de banhos não estão em boas condições, isto é, estão entupidas, razão
pela qual, as mulheres tomam banho escondidas numa planta (acácia), que se encontram
fora do recinto do centro de saúde.
Esta situação preocupa
muitas mulheres que vem dos postos administrativos para esperar o parto na
maior unidade sanitária do distrito.
Angela Chinola e
Silvia Cazinbanje, provenientes das localidades de Ngoo e Linho
respectivamente, são algumas das mulheres que decidiram quebrar o silêncio e
falaram nos microfones do Mozanorte.
Angela e Silvia,
afirmam que a situação da cozinha é mais grave no período chuvoso, onde as
vezes a chuva cai das 6h as 16h e elas são obrigadas a esperar para conseguir
fazer fogo, neste sentido pedem a quem é de direito para resolver esta
situação.
"Aqui não estamos
bem, não temos bom lugar para tomar, as casas de banho estão cheias, assim
tomamos banho atrás desta árvore, nesta pequena mata; pedimos para se construir
cozinha e casa de banho, sofremos muito principalmente no período chuvoso, se
todo dia cair chuva não cozinhamos", afirmaram.
Esta situação foi
vivenciada na última sexta-feira feira e tentativas de ouvir as autoridades
sanitárias para ter esclarecimento, redundaram no fracasso. Davide Muianga
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