Houve hoje, em Afungi, no distrito de Palma, onde se encontra a empresa TotalEnergies, uma grande agitação envolvendo trabalhadores da empresa e membros da população das aldeias de Kitunda, Senga, Maganja, vila-sede de Palma e de outras localidades próximas.
O protesto iniciou-se por volta das 5 horas da manhã e foi convocado principalmente pelos trabalhadores que não residem dentro do acampamento. A manifestação deve-se ao comportamento que a empresa tem apresentado nos últimos meses, o que tem causado insatisfação entre os trabalhadores naturais e residentes de Palma e dos distritos vizinhos da província de Cabo Delgado.
Segundo alguns trabalhadores com quem falámos por telefone, o principal motivo da reivindicação é a substituição frequente de trabalhadores locais por pessoas provenientes de outras províncias, muitas vezes sem qualquer indemnização. Trata-se, segundo eles, de uma situação dolorosa e injusta.
Durante a conversa, várias pessoas relataram que, por exemplo, em Kitunda, quase todos os dias a população realiza reuniões para discutir formas de resolver os problemas com a TotalEnergies, empresa que opera nas áreas onde anteriormente estavam as suas casas, machambas e outros bens. Muitos afirmam que, até agora, não receberam benefícios nem compensações adequadas pela retirada dessas terras.
Com o início da manifestação logo pela manhã, o portão principal de Afungi, situado em frente ao entroncamento conhecido como “quatro caminhos”, foi encerrado, impedindo a passagem de viaturas naquele momento.
Relata-se ainda que, nas últimas duas semanas, muitos trabalhadores em Palma que prestavam serviços em Afungi foram dispensados e encontram-se agora em casa, sem emprego.
De acordo com os manifestantes, esta foi apenas a primeira ação de protesto, e eles alertam que poderão ocorrer manifestações maiores se a situação dentro da empresa continuar como está. No momento em que conversámos com as pessoas no local, muitos ainda se encontravam junto ao portão, recusando-se a entrar no acampamento e exigindo explicações dos responsáveis da TotalEnergies.
A polícia esteve presente no local para averiguar a situação e tentar restabelecer a ordem. (Mozanorte)

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