O
hospital do distrito de Eráti, na vila de Namapa, na província de Nampula,
norte de Moçambique encontra-se sem medicamentos para atender às necessidades
dos pacientes que visitam essa unidade de saúde.
Desde
as últimas manifestações que afectaram o distrito em Dezembro passado, a vila
de Eráti foi palco da destruição de várias instituições estatais e privadas, o
que tem causado dificuldades para o hospital em manter os fármacos em estoque.
Nesse
contexto, alguns pacientes, após realizar a consulta no hospital distrital de
Namapa, têm sido orientados pelos técnicos de saúde a procurar medicamentos nos
bairros. Em alguns casos, os pacientes optam por viajar até a vila de Chiúre,
percorrendo mais de 30 km, para acessar serviços básicos de saúde, ou até mesmo
o posto de saúde de Aluá.
Uma
fonte residente no distrito de Erati vila de Namapa, que presenciou o cenário e
explica "O nosso posto de saúde encontra-se sem medicamentos. Minha
vizinha esteve doente e foi marcar consulta, passaram-lhe a receita, mas o
enfermeiro ordenou que ela fosse procurar medicamentos no bairro, pois o
hospital está sem fármacos. Eu mesma também senti sintomas de malária, não
precisei ir marcar consulta, fui obrigada a procurar o teste rápido de malária,
o teste deu positivo, e então comprei quartem e paracetamol. Fui me medicando e
já estou melhor. Está difícil, pois desde o dia das manifestações, a vila nunca
mais teve medicamentos", contou Amina, residente de Namapa.
Outra
fonte relatou que "O hospital foi abandonado desde o dia das
manifestações. Militares e médicos é que estavam atendendo, mas mesmo assim não
havia satisfação. Agora não há medicamentos. Outros estão indo para Chiure ou
Aluá, pelo menos para conseguir um paracetamol. Pedimos ajuda ao governo para
nos apoiar nessa situação."
Importa
salientar que o hospital distrital de Namapa é uma unidade de saúde que recebe
pacientes transferidos de Aluá-sede, Odinepa, entre outros postos
administrativos próximos do hospital. O posto de saúde de Odinepa foi alvo de
ataque de terroristas em 2024. (Gabriel Cassimo)
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