Balama, Cabo Delgado – 02 de Maio de 2025 Um clima de grande tensão tomou conta do distrito de Balama, na província de Cabo Delgado, esta sexta-feira, após a intervenção de forças militares e da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) contra comunidades locais que exigem indemnizações por terras ocupadas por atividades de mineração de grafite.
Desde outubro de 2024, os antigos proprietários de machambas na área de exploração têm vindo a reclamar compensações justas, num processo que já foi mediado, sem sucesso, por duas vezes pelo governador da província, Valige Tauabo e autoridades locais.
Hoje, 2 de maio, a situação agravou-se quando militares e agentes da UIR, encapuzados e fortemente armados, surpreenderam a população acampada no local. De acordo com testemunhos, as forças de segurança dispararam de forma indiscriminada e detiveram vários camponeses, que foram levados sob custódia.
"Quer dizer, nossas machambas já nos levam à cadeia. Cuidado com a terra onde há riqueza dos donos!", lamentou um dos moradores, em tom de revolta.
A acção violenta levanta preocupações sobre os direitos das comunidades locais em zonas de exploração de recursos naturais e a forma como o Estado lida com os conflitos fundiários. Organizações de defesa dos direitos humanos não estão ainda a acompanhar o caso para exigir esclarecimentos urgentes das autoridades, segundo fontes locais.
A imprensa comunitária local também está a ser vedada a reportar o caso que coloca tensão na região.
Uma testemunha disse que jornalistas locais foram avisados a não reportar o caso, muito menos entrevistar um número de pessoas já detidas.
Não há registo de mortes, nem feridos, mas
quer no acampamento de grafite como na vila há reforço da segurança, incluindo
um blindado já foi alocado no local onde os nativos estão acampados. (Mozanorte)
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