As Forças de Defesa e Segurança (FDS), claro, alguns, alegam que perderam moral em seu trabalho após o ataque ocorrido ontem, 21 de outubro de 2025, no distrito de Muidumbe, no troço entre Chitunda e Xitaxi. Na ocasião, um carro da UIR foi atacado e quatro agentes perderam a vida no local. O incidente ocorreu por volta das 10 horas da manhã.
O que justifica a perda de moral de alguns membros das FDS? Eis as suas palavras de pesar e reflexão de membros da corporação
"Vivemos uma situação difícil, e quem ousa expressar uma opinião contrária às ordens superiores é, muitas vezes, rotulado como indisciplinado ou como alguém que não está alinhado com a hierarquia".
"É profundamente doloroso ver as imagens e testemunhar os nossos colegas nessa condição".
"Menos de cinco dias antes, já havíamos manifestado preocupação com este mesmo problema. A resposta recebida foi apenas “Eu também já reportei. Pouco tempo depois, a tragédia aconteceu".
"Lamentavelmente, ainda notamos entre nós a ausência de solidariedade e de espírito coletivo", disse outro.
Prosseguindo "as forças ruandesas, por exemplo, raramente sofrem baixas em situações semelhantes, pois operam com um forte aparato logístico e de proteção normalmente seis viaturas, sendo duas BTR e quatro Hz, cada uma equipada com quatro PK e um RPG-7".
"Em contrapartida, as nossas escoltas são frequentemente realizadas com apenas uma Mahindra, ou, com sorte, duas armadas com uma ou duas PK, e nem sempre com RPG-7".
"Quando alguém tenta levantar a voz para reivindicar melhores condições de trabalho e segurança, logo é visto como um elemento problemático".
"Essa mentalidade contribui para a nossa vulnerabilidade e fragiliza o espírito de corpo. Enquanto persistirmos nesse conformismo e na falta de coesão, continuaremos a sofrer as mesmas consequências.
Hoje foram eles, amanhã poderemos ser nós", desabafou mais um elemento.
"É uma dura e lamentável realidade que exige reflexão e mudança de atitude. Depois do ataque, os superiores apareceram em viaturas blindadas (BTR) porque são eles enquanto o trabalho, especialmente dentro da polícia, continua a ser extremamente difícil". (BP)

0 Comments