Na última semana do mês de outubro, uma criança foi morta por um crocodilo no distrito de Palma, em Afungi, numa lagoa que se formou há cerca de um ano. O período chuvoso encheu o local de água, que desde então não voltou a secar.
A lagoa surgiu após trabalhos de exploração e nivelamento de terreno realizados por uma empresa que executava construções dentro das instalações de Afungi. O local situa-se fora da vedação, próximo à empresa TSEBO, responsável pela alimentação das forças de defesa e segurança em Afungi.
Segundo relatos, após a formação da lagoa, alguns responsáveis da empresa TotalEnergies teriam deixado ali um crocodilo, com o intuito de o criar. No entanto, não foi colocado qualquer sinal de alerta ou vedação que impedisse a aproximação de crianças e outras pessoas, apesar de o local estar fora da área protegida.
Com o passar do tempo, e sem que a população local tivesse conhecimento da presença do animal, um grupo de crianças aproximou-se da lagoa para tomar banho. Durante o momento de lazer, uma das crianças, oriunda da aldeia de Quitunda, foi atacada e devorada pelo crocodilo.
Após o ataque, as outras crianças correram para pedir ajuda, mas as tentativas de socorro não tiveram sucesso. Horas depois, familiares e moradores regressaram ao local e avistaram o crocodilo arrastando o corpo da vítima já sem vida.
O caso chocou profundamente os residentes e naturais da zona, que criticam o comportamento da TotalEnergies, considerada a principal empresa a operar em Afungi. A recuperação do corpo da criança foi difícil, tendo sido necessária a intervenção de uma equipa com produtos químicos para afugentar o animal e permitir a retirada do corpo.
As autoridades locais manifestaram desagrado com o ocorrido e, por vergonha e indignação, autorizaram a eliminação do crocodilo, temendo que pudesse voltar a atacar. Até o momento, ainda não há informações oficiais sobre a posição das autoridades distritais em relação ao caso. (BP)

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