Mau atendimento na DIC de Nacala-Porto resulta em cobranças ilícitas

 


Obter um Bilhete de Identidade (B.I.) na cidade de Nacala-Porto, província de Nampula, tem sido um grande desafio. Embora os munícipes estejam muito interessados em adquirir o documento, o processo torna-se difícil devido à forma de atendimento no local, considerada por muitos como extremamente complicada.

Segundo relatos de pessoas que conhecem bem o comportamento dos funcionários da instituição, este problema não é recente. Diariamente, os documentos são recolhidos e arquivados, e apenas aqueles que efetuam pagamentos adicionais conseguem ser atendidos, ainda que não no mesmo dia.

Os valores cobrados para “facilitar” o atendimento variam a partir de 100 meticais. De acordo com pessoas que estiveram no local, acompanhadas do nosso colaborador, que esperava pelo seu documento há duas semanas, foi-lhe dito para regressar apenas no dia 11 de fevereiro de 2026 para ser atendido.

O colaborador testemunhou que algumas pessoas que pagaram 100 meticais foram incluídas na lista de atendimento do dia. No entanto, mesmo assim, ele ainda não conseguiu recuperar o seu documento, pois não foi o único a efetuar o pagamento há uma longa fila de cidadãos que recorreram ao mesmo método.

O problema aparenta envolver também agentes da Polícia da República de Moçambique, uma vez que a DIC (Direção de Identificação Civil) funciona junto ao Comando Distrital de Nacala-Porto. O colaborador presenciou toda a situação na segunda-feira, 3 de novembro de 2025. A partir dessa data, quem procurar tratar o B.I. e efetuar um pagamento é informado de que só será atendido em fevereiro de 2026.


A situação é lamentável, especialmente num momento em que muitos estudantes se preparam para os exames e ainda não possuem documentos de identificação. Quando questionado sobre o que seria feito para esses casos, um funcionário respondeu: “Eu não sei, mas já falei quem vier agora será atendido apenas no próximo ano.”

Algumas pessoas chegam ao local por volta das 03h00 para tentar ser as primeiras a serem atendidas. No entanto, ao chegarem os responsáveis, informam que naquele dia apenas serão atendidos os cidadãos que deixaram documentos em setembro e outubro. Muitos já desistiram, inclusive aqueles que pagaram acreditando que o atendimento seria imediato, e hoje estão arrependidos.

Durante conversas no local, os munícipes afirmaram que Nacala-Porto é um dos distritos mais difíceis da província de Nampula para obter o B.I., devido à má gestão no atendimento. Muitos habitantes preferem recorrer aos serviços de Nacala-a-Velha, onde consideram que o atendimento é mais eficiente não apenas na emissão do B.I., mas também em serviços como bancos, registo civil e autoridade tributária.

Aqueles que já passaram por esta situação afirmam que evitam tratar qualquer documento em Nacala-Porto, recorrendo sempre a Nacala-a-Velha. Mesmo nos hospitais, dizem, o atendimento é mais organizado.

Atualmente, segundo os munícipes, em Nacala-Porto “sem dinheiro, não há B.I.”, e só em fevereiro do próximo ano o serviço deverá voltar a funcionar normalmente. A pergunta que muitos se fazem é:

“Será que esta situação acontece em todo o país ou é apenas em Nacala-Porto?” (BP em Nacala-Porto)

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