Cada um chora para o que mais lhe dá falta


 Opinião 

A situação no Niassa é um exemplo clássico de contraste entre investimentos em infraestruturas de luxo e as necessidades básicas da população. Enquanto o Presidente da República inaugura edifícios modernos que custam milhões de meticais, a população continua a clamar por ações concretas para melhorar a vida, como estradas em mau estado, falta de postos policiais, água, energia e ambulâncias.

O investimento de 196 milhões de meticais em dois edifícios de Estado é um valor significativo, especialmente quando comparado ao custo de um furo de água, que é de aproximadamente 250.000 meticais. Com esse valor, seria possível fazer cerca de 784 furos, beneficiando aproximadamente 235.200 pessoas, considerando um furo para cada 300 habitantes.

Tomando como exemplo o Distrito de Mecanhelas, o mais populoso da província, com cerca de 300.000 habitantes, isso significa que a construção desses furos poderia atender a grande maioria da população, deixando apenas cerca de 64.800 pessoas sem acesso à água. É um cenário que levanta questões sobre as prioridades do governo e a alocação de recursos. Enquanto os edifícios modernos podem ser um símbolo de progresso, é fundamental lembrar que as necessidades básicas da população devem ser atendidas em primeiro lugar.

A situação no Niassa é um lembrete de que o desenvolvimento não se mede apenas por edifícios luxuosos, mas sim pelo impacto positivo na vida das pessoas. É hora de repensar as prioridades e investir em soluções que beneficiem a todos, especialmente àqueles que mais precisam. (Jaime Paculeque)

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