As
famílias camponesas das zonas próximas à exploração de calcário da empresa
Malulu Cal, localizada no posto administrativo de Lucimbesse, distrito de
Sanga, no norte da província do Niassa, onde é extraída a matéria-prima para a
produção de cimento transportada para a fábrica instalada no distrito de
Chimbunila, no centro da província ameaçam encerrar a estrada de acesso às
áreas de produção, em protesto contra a falta de indemnizações pelos prejuízos
causados pelas explosões na mina.
Segundo os camponeses, as explosões estariam a destruir culturas nas machambas próximas, razão pela qual exigem compensações antes de abandonarem as suas terras.
A
tensão aumentou nos últimos dias, levando o chefe do posto administrativo de
Lucimbesse, Baquir Amisse Kandemanje, a deslocar-se ao local para dialogar com
os produtores. No encontro, Kandemanje apelou à calma e ao diálogo como formas
essenciais de resolução do impasse, frisando a importância da colaboração entre
a população e a empresa.
Em
resposta às reivindicações, a empresa responsável pela exploração do calcário,
representada por seu porta-voz e tradutor, Botão, reconheceu a legitimidade das
reclamações. Botão afirmou que o processo de indemnização já havia ocorrido em
2017, aquando da concessão da mina, mas admitiu que atualmente há produtores em
situação de maior risco que ainda não foram compensados.
Durante
um encontro realizado na manhã desta segunda-feira, 14 de julho, com os
produtores locais e na presença do chefe do posto administrativo, Botão garantiu
que os camponeses afectados começarão a ser indemnizados até o dia 30 do mês
corrente, dando prioridade àqueles que se encontram em zonas mais impactadas
pelas atividades da mina.
Os
produtores, por sua vez, aceitaram suspender temporariamente o protesto, mas
afirmaram que permanecerão atentos ao cumprimento da promessa da empresa.
Alegam que necessitam da indemnização para adquirir novos terrenos produtivos,
pois este é o momento ideal para iniciar novas culturas. Ma Mataka
0 Comments