Em Cabo Delgado: Comando da PRM vai arrecadar 9.459.000 meticais

 


O Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Cabo Delgado deverá arrecadar um montante de 9.459.000 meticais no âmbito do XIX Curso da PRM, publicado em agosto passado, perspetiva uma fonte.

De acordo com informações apuradas, o comando inscreveu 8.520 concorrentes, sendo cobrada uma taxa de 450 meticais por cada inscrição o que corresponde a 3.834.000 meticais pagos pelos encarregados dos candidatos.

Ainda segundo a mesma fonte, dos 8.520 concorrentes inscritos, 4.770 não foram admitidos na prova de aptidão física, ficando 3.798 candidatos aptos para as fases seguintes. Estes últimos deverão pagar 1.500 meticais cada, valor que totaliza 5.697.000 meticais. Assim, a arrecadação total estimada pelo Comando Provincial ascende a 9.459.000 meticais.

“A meta prevista é de cerca de 8%, o que corresponde a mais de 350 novos membros apenas para a província de Cabo Delgado”, revelou a fonte.

A mesma fonte, explicou ainda que o Ministério do Interior, em coordenação com os comandos provinciais, terá responsabilidade neste processo, uma vez que, sabendo que a meta não lhes favorecia, prolongaram o período de inscrição e selecção com o objectivo de alegadamente obter mais receitas.

 “Neste concurso houve um processo anti-pedagógico. Inicialmente estava previsto que todos os inscritos fossem submetidos à prova escrita, seguida da prova de aptidão física, exames médicos, entrevista e auscultação pública. No entanto, esse plano foi alterado, deixando de fora muitos concorrentes capacitados”, lamentou o entrevistado.

O interlocutor questiona ainda o destino dos valores arrecadados “Para onde vai todo esse dinheiro? Deveriam reabilitar o comando, melhorar as condições das esquadras e garantir alimentação para os agentes.”

De salientar que o XIX Curso da PRM é o primeiro em que os candidatos são responsáveis por custear todas as despesas do processo, incluindo inscrição, exames de aptidão física e avaliações médicas. 

Segundo fontes locais, esta modalidade acabou por gerar uma arrecadação sem precedentes e tem sido criticada por adotar práticas consideradas anti-pedagógicas, num contexto em que a educação na província de Cabo Delgado enfrenta sérias fragilidades. (Abel Buruhane em Pemba)

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