O abandono de obras de construção na província de Cabo Delgado tornou-se um hábito e costume, gerando também práticas de amiguismo nos concursos públicos, sobretudo nos sectores da Educação e Saúde, entre outros.
Esta informação foi revelada pelos presidentes dos Conselhos de Escolas dos distritos de Metuge, Mecúfi (sede) e da Escola Básica do Posto Administrativo de Murrebuè.
"A empresa AIAS abandonou uma obra de sanitários públicos na Escola Básica do Bairro de Sassala. Também foi abandonada uma obra de sanitários públicos na Escola Básica de Murrebuè, construída no âmbito da COVID-19. Era uma empresa gerida fora da província”, disse Vasco Zacarias, presidente do Conselho da Escola Básica de Sassala.
Vasco Zacarias e Saide Arlindo Supera, ambos representantes dos Conselhos das Escolas de Metuge e Mecúfi, apontam que o abandono das obras se deve ao fato de muitos empreiteiros serem contratados por amizade, e não por mérito ou competência.
Os entrevistados avançaram ainda que, antes de receberem o pagamento, os empreiteiros demonstram muito respeito; porém, depois de receberem o dinheiro, perdem o compromisso e o respeito tanto pelos trabalhadores quanto pelos donos das obras.
Entretanto, o proprietário da empresa N. Construções, Daniel Moisés Namaore, encontra-se detido na cidade de Pemba por ter abandonado a construção de uma Escola Básica em Muepani, no distrito de Metuge. O mesmo também deixou inacabada a construção de um parque automóvel na sede do distrito de Chiúre.
Refira-se que a mesma empresa enfrenta atualmente cobranças de alguns comerciantes da cidade de Pemba, que forneceram materiais de construção para a obra de Muepani, num valor estimado em mais de 3 milhões de meticais. (Abel Buruhane)

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