Faltam salários na ilha de Ibo: administração da primeira capital de Cabo Delgado não paga funcionários há 28 meses

 

O Conselho Municipal da Vila do Ibo, na província de Cabo Delgado, ainda não pagou os seus trabalhadores e os Membros da Assembleia Municipal há já 28 meses. É município nome e quase tudo paradoxo. Nem salários e nem trabalho relevante. Apenas frustração e incumprimento das promessas.

Segundo fonte internas ao todo são 28 trabalhadores afectados: 15 Membros da Assembleia Municipal e 13 funcionários do Conselho Municipal. Estes vivem a maneira e mergulhados no mar de dívidas.

“Os 13 funcionários do Conselho Municipal estão há 12 meses sem salário, o que corresponde a 1.897.670,00 meticais, e os 15 Membros da Assembleia Municipal têm 16 meses de atraso salarial, totalizando 2.698.355,17 meticais. No total, a dívida salarial é de 4.596.025,17 meticais”, disse uma das nossas fontes.

Acrescentou ainda que o pagamento dos salários depende das receitas provenientes de cobranças locais, que são muito reduzidas “As cobranças são apenas feitas nas barracas e no mercado, o que não gera receita significativa. No turismo, não estamos a cobrar porque não há entradas”, explicou.

“O último encontro que tivemos decidiu-se cobrar as taxas de embarque dos barcos e pelo volume da mercadoria. Mesmo assim, tudo isso é uma limitação”, acrescentou.

Alguns entrevistados admitem que foi um erro nas classificações de Ibo para a categoria de município "é preciso repensar situações de vilas como Ibo, Quissanga, Mecúfi e outras, tanto em Cabo Delgado como no país em geral, porque há distritos que, pela sua realidade, demonstram claramente que não têm rentabilidade suficiente para garantir sustentabilidade futura". (Abel Buruhane)