Alguns vendedores entrevistados pela equipe do Mozanorte,
na manhã desta segunda-feira, suspeitam que essas barracas abandonadas estejam
a servir de esconderijo para os ladrões após cometerem os furtos em estabelecimentos
ainda em funcionamento.
João Jacinto, vendedor há mais de 20 anos no Mercado
Central da Cidade Baixa, relatou ter sido vítima de vandalismo. A sua barraca
foi saqueada, resultando num prejuízo estimado em 40 mil meticais.
“Sou vendedor neste mercado há mais de 20 anos.
Comercializo diversos tipos de artigos, entre eles equipamentos desportivos e
material escolar. Fui vítima de roubo no final do ano passado. Tinha acabado de
regressar de Nampula com novas mercadorias, e naquela noite, indivíduos de má
fé levaram quase tudo, começou por explicar.
E seguindo relatou "Tive um prejuízo enorme.
Suspeitamos que possa haver envolvimento dos próprios guardas do mercado, pois
não notam movimentações estranhas e parecem apenas preocupados com os produtos
guardados no interior do recinto”, contou João.
“Essas barracas abandonadas facilitam os roubos
constantes aqui no mercado. Da última vez, quando a barraca do vizinho foi
assaltada, encontramos algumas mercadorias deixadas pelos criminosos do lado de
fora. Acreditamos que estejam a usar essas estruturas como esconderijos",
disse.
E em seguida
acrescentou "Já reportamos ao município para que identifiquem os donos
dessas barracas e os notifiquem a retomarem suas atividades ou que se permita a
venda dos espaços para evitar situações do tipo. Um dia pode até sair uma
serpente de lá e nos causar algum mal”, alertou outro comerciante.
Estado de uma das barracas
A equipa do "Mozanorte" dirigiu-se ao escritório do administrador do mercado para obter esclarecimentos sobre a situação, mas este se mostrou indisponível para prestar declarações, transferindo a responsabilidade para o Vereador dos Mercados e Feiras.Importa referir que não são apenas os vendedores da
Cidade Baixa que têm sofrido com os roubos.
Algumas alunas também relataram ter sido assaltadas no
período das 18h, quando utilizam o mercado como via alternativa para regressar
às suas residências após as aulas. Inclusive aos finais de semana, como aos
domingos, o local torna-se bastante calmo, e adolescentes têm sido agredidas em
plena luz do dia. (Gabriel Cassimo)
0 Comments