Moradores de várias localidades do norte de Moçambique, incluindo Pemba e Ancuabe, em Cabo Delgado, estão expressando indignação diante de uma prática cada vez mais comum, trata-se da adulteração de sacos de carvão vegetal vendidos ao público.
O carvão vegetal é hoje um indispensável
para a cozinha de centenas de pessoas, sobretudo as residentes nas zonas
urbanas, neste caso cidades e sedes distritais
Consumidores relatam que, ao
abrirem os sacos, encontram carvão de boa qualidade na parte superior, mas
descobrem uma quantidade significativa de lixo, pó e trincas no interior. Esse
tipo de engano tem causado prejuízos financeiros e gerado desconfiança entre os
cidadãos e os vendedores.
Nesta região do país o carvão vegetal
e vendido ao longo da estrada ou em certos pontos localizados na cidade ou
ainda pela entrega ao domicílio
"Um colega comprou um saco de carvão para mim em Ancuabe, e quando abrimos parecia tudo certo. Mas no meio, só pó… uma tristeza", relatou um residente de Pemba, visivelmente consternado com a situação. "É muita maldade. Hoje em dia falta sinceridade, fé e até medo de Deus", desabafou.
Essa prática tem sido descrita
como uma "nova máfia" por moradores locais, que se sentem enganados e
impotentes diante da falta de fiscalização e de alternativas, embora muitos
reconhecem que a venda de carvão não tem regra, mesmo sendo uma campanha de
abate desregrado de espécies florestais.
Para muitas famílias, o carvão
é a principal fonte de energia para cozinhar, e um saco adulterado significa
desperdício de dinheiro e aumento das dificuldades diárias, queixou-se uns
clientes ao perceber da "nova máfia".
Os indignados apelam as organizações
da sociedade civil e líderes comunitários para mobilizar-se e impedir essas
práticas, mas a colaboração dos compradores na fiscalização é necessária para garantir
que os consumidores comprem carvão de qualidade. Por: AA

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