"Não há Paz em Cabo Delgado", dizem residentes no Dia da Paz

 

Enquanto o país assinala o Dia da Paz e da Reconciliação, em várias zonas da província de Cabo Delgado a data é encarada com tristeza, dor e lamento. Moradores de diferentes distritos afirmam que, para eles, o dia serve mais como um momento de reflexão e de choro, do que de celebração.

“Para além do Dia da Paz, como dizem, para nós é um dia de reflexão e de choro pelos nossos irmãos que fogem das suas casas e perdem a vida todos os dias”, lamenta um residente de Palma, numa mensagem partilhada em público em poder  na nossa redacção.

Apesar dos discursos oficiais que destacam avanços na segurança, os relatos vindos do terreno indicam o contrário. Em localidades como Tatango, no Posto Administrativo de Mpaka, ataques armados continuam a semear o pânico e a forçar deslocações em massa. “Não há Paz aqui em Cabo Delgado. Simplesmente choros todos os dias. Onde não há direitos humanos, como se pode dizer que há paz?”, questiona um outro morador.

Estas vozes locais contrastam com o discurso nacional de estabilidade, recordando que a verdadeira paz não se mede apenas pela ausência de confrontos nas grandes cidades, mas sim pela segurança e dignidade de vida de todos os cidadãos, em todos os cantos do país.

Enquanto isso, o número de deslocados em diferentes pontos da província como Mocimboa da praia e Balama, continua a crescer, e as populações clamam por uma resposta mais firme e eficaz das autoridades para garantir proteção, assistência e sobretudo, o restabelecimento da paz real, de acordo com os relatos acolhidos. (Mozanorte)

Post a Comment

0 Comments