Pescadores
e revendedores de peixe no Lago Chirua em Mecanhelas, no Niassa Norte de
Moçambique somam prejuízos devido escassez do pescado por conta das mudanças
climáticas.
Mecanhelas,
é banhado pelos Lagos Amaramba, Chiuta e Chirua, estes dois últimos, fazem
fronteiriças e as suas águas são partilhadas com a República do malawiana.
É
graças a este potencial hidrográfico, que faz do distrito o importante produtor
do pescado na província de Niassa, para além do Distrito do Lago.
Porém,
actualmente, regista-se escassez do peixe, no caso no Lago Chirua, e os
pescadores entendem que a situação deve-se ao vento que se faz sentir nos
últimos dias.
"Aqui
no lago está difícil, devido o vento. Entrei ontem de madrugada até hoje 11
horas consegui pouca qualidade de peixe. Esta falta começou a se notar no mês
de Fevereiro, disse Henere Caronga, pescador."
Para
além da falta, o tamanho do peixe que é capturado actualmente é pequeno.
As
revendedoras não escapam dos impactos negativos desta situação, que também
narram de dias difíceis. É como o caso da
senhora Airini Ndolamanja, que diz ter ficado longas horas a espera de
obter o peixe para revender, e assim assegurar o sustento dos seus dependentes.
"Está
difícil, difícil mesmo! Estou aqui desde muito sedo, não consegui encher este
baldinho de 10 litros, e isso é complicado para nós que dependemos deste
negócio", disse a fonte, preocupada.
A carência,
reflecte no preço do produto. Segundo testemunham os nossos entrevistados,
actualmente está muito caro em relação nos dias anteriores, apesar da baixa
qualidade.
"Agora
o negócio de venda de peixe não está decorrer bem, o peixe está muito caro. Por
exemplo, antes um prato deste peixe pequeno (matemba) comprávamos a 50 meticais
um prato, actualmente varia de 75 a 90 meticais", afirmou um Che'tambalika,
revender.
Che'malilo, comprou peixe para consumo. Disse ter obtido caro, ele diferencia com antes. "Esta dúzia de MUKOPO comprei a 6.500 Kwacha, muito elevado.
O
Kwacha malawiano, é a principal moeda de troca comercial naquele ponto de
pesca.
Parte
considerável dos residentes das zonas lacustres em Mecanhelas, têm como umas
das fontes de subsistência a pesca, daí há necessidade de mudar algumas
práticas que tendem a colocar em risco o equilíbrio ecos sistémico, como uso de
artes nocivas, como a rede de malha fina (Chikokota), uma sensibilização que
tem sido feita pelas autoridades, mas revela-se uma ignorância por parte dos
pescadores. (Jaime Joaquim)
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