Líderes comunitários e religiosos do distrito de Sanga, na província do Niassa, denunciaram na quarta-feira a existência de cobranças ilícitas e mau atendimento no sector do Registo Civil e Notariado, práticas que segundo afirmam desencorajam a população a procurar os serviços públicos essenciais.
A denúncia foi apresentada durante um encontro dirigido pela administradora de Sanga, Catija Afonso, que reuniu autoridades locais, líderes religiosos e figuras influentes do distrito. Os participantes manifestaram indignação e cansaço com alegados comportamentos de alguns funcionários públicos que estariam a exigir valores acima das taxas oficiais em troca de serviços básicos.
“As pessoas estão a perder confiança. Há quem paga 950 meticais para renovar o BI, outros 750 ou até 400, sem qualquer tabela clara. Não sabemos quem está por trás destas manipulações”, relatou um dos líderes comunitários do posto administrativo de Macaloge.
De acordo com os denunciantes, estas irregularidades acontecem num momento em que o governo procura aproximar os serviços do cidadão, através da instalação de novos postos de atendimento. Contudo, a falta de transparência nas cobranças está a gerar revolta entre os moradores.
“Antes era longe, tínhamos de ir até à sede distrital ou à província. Agora temos o serviço perto, mas tornou-se mais caro e confuso. Queremos que o governo fixe e publique as taxas verdadeiras na vitrina ou através da rádio para todos sabermos quanto devemos pagar”, acrescentou um dos representantes comunitários.
Em reação às denúncias, a administradora distrital de Sanga, Catija Afonso, reconheceu a gravidade das queixas e garantiu que serão realizadas investigações para apurar a veracidade dos factos e responsabilizar os implicados.
“Não vamos permitir práticas que manchem a imagem da administração pública. Vamos trabalhar para garantir uma prestação de serviços transparente, digna e em conformidade com as normas estabelecidas”, afirmou a administradora.
As autoridades locais reforçam o apelo à população para continuar a denunciar casos de corrupção e abuso de poder, de modo a fortalecer a boa governação e a confiança entre cidadãos e instituições públicas. (Ma Mataka)

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