Os moradores de Matemo, no distrito do Ibo, em Cabo Delgado, continuam a viver profundas sequelas e uma situação de trauma após a morte de pescadores e comerciantes enquanto exerciam as suas atividades. Eles teriam sido atacados, supostamente, por militares que operam uma embarcação ao longo daquela costa.
A população afirma não acreditar no que aconteceu. Muitos comparam a situação ao facto de os seus familiares terem saído para pescar, acreditando que, a qualquer momento, poderiam regressar, como acontecia noutras ocasiões.
Além da dor e do desapontamento, dizem sentir-se desamparados perante aqueles que terão dado as ordens para cometer aquilo que classificam como “crime público”, alegadamente ignorado pelas instituições de proteção dos direitos humanos.
Segundo os populares, até hoje não lhes foi permitido deslocar-se àquela ilha para recuperar, pelo menos, as ossadas dos seus entes queridos e assim realizar um enterro condigno.
Uma das fontes acrescentou que, dias depois daquele incidente ocorrido há sensivelmente quatro meses outros pescadores mergulhadores também terão sido mortos enquanto exerciam as suas atividades na zona pesqueira conhecida por Zara. (Mozanorte)

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