A situação é
preocupante para as Forças de Defesa e Segurança. Em muitos quartéis, unidades,
posições e postos de trabalho, os militares alegam que a falta alimentação é
uma realidade crescente.
Segundo contaram
alguns membros das FDS, por norma, todos os locais mencionados recebem
provisões que cobrem um mês e alguns dias.
No entanto, desde o
ano passado, têm ocorrido problemas no abastecimento de alimentos às FDS, uma
situação incomum nos anos anteriores.
Para aqueles que estão
em missão em alguns distritos da província de Cabo Delgado, a escassez não se
limita à comida.
Há também falta de
transporte para evacuações médicas urgentes ou para o transporte de água para
as posições e quartéis "Numa unidade das Forças de Defesa e Segurança de
Moçambique, quando um membro adoece, os colegas são obrigados a alugar uma
motorizada para o levar ao posto de saúde", contaram
"Em situações
noturnas, torna-se impossível transportar o colega até o amanhecer.
Na actual conjuntura
da zona norte, principalmente nos distritos que são alvo de ataques
terroristas, é demasiado arriscado recorrer a transporte público ou a civis
para procurar serviços hospitalares a uma distância de 10 à 15 km.
Todos esses quartéis e
posições contam com agentes que prestam os primeiros socorros, mas sem os
medicamentos necessários, parecem irrisório, mas é uma grande vergonha o que se
passa nas nossas forças moçambicanas, sob a tutela de dois ministérios (Defesa e
Interior)", prosseguiram.
A população de Cabo
Delgado tem passado fome nos últimos anos devido à insegurança. Incapazes de
produzir como antes por medo dos criminosos que os maltratam e matam, vêem-se
confrontados com as forças de segurança a pedir comida nas suas casas,
impulsionadas pela fome que assolam os quartéis, alegaram as fontes.
A população, movida
pelo medo, relata ser ameaçada nas suas próprias casas, tudo em consequência da
fome que se instalou nos quartéis. Outro problema grave é a falta de
fardamento.
Em conversas com
alguns militares destacados em missão nos distritos de Mocímboa da Praia e
Palma, estes confirmaram e lamentaram as dificuldades que enfrentam,
acrescentando, que não se trata apenas de comida, água e fardamento. Há também
falta de consideração, salários frequentemente atrasados e, ultimamente, um
sentimento de abandono, tanto para nós quanto para as nossas famílias.
Tentativas de ouvir chefias de defesa e segurança não redundanram no fracasso e a única fonte que comentou disse que não era um problema novo. BP
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