A desinformação em torno de alegados raptos e extração de órgãos humanos continua a semear medo e instabilidade na província do Niassa. Na manhã desta terça-feira, 23 de setembro, a vila sede do distrito de Chimbunila foi palco de violentos tumultos que resultaram em um morto e três feridos, entre graves e ligeiros.
De acordo com informações recolhidas no local, a confusão teve início por volta das 8h30, quando um grupo de cidadãos, munido de pedras, dirigiu-se ao Comando Distrital da PRM em Chimbunila para exigir a libertação de um homem detido por alegadamente ter agredido uma mulher no bairro de Nancuenha, nos arredores da vila.
A Polícia, ao tentar conter a desordem, efetuou disparos para dispersar a multidão, situação que agravou ainda mais a tensão. Testemunhas relataram que os manifestantes responderam com arremesso de pedras, transformando a sede distrital num cenário de confronto direto entre agentes da lei e populares.
Em consequência, duas pessoas foram baleadas e socorridas ao Centro de Saúde Distrital de Chimbunila. O médico-chefe da unidade, Fernando Mucheape, confirmou que os feridos deram entrada com diferentes estados clínicos, incluindo casos graves.
Já o administrador do distrito, Calisto Gemusse, manifestou preocupação com o incidente e apelou à população para manter a calma e não se deixar levar por informações falsas que circulam na província.
Apesar da intervenção policial, os tumultos prolongaram-se nos bairros periféricos da vila. Num dos episódios mais violentos, um cidadão foi espancado até à morte, acusado de ter solicitado a presença da polícia no bairro para conter a confusão.
Até ao fecho desta reportagem, a Polícia da República de Moçambique (PRM) ainda não havia emitido um posicionamento oficial sobre os acontecimentos. (Ma Mataka)
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