Nos últimos meses, o distrito de Macomia tem vivido um processo de distribuição de talhões destinado aos jovens, para que possam construir as suas residências e recomeçar as suas vidas. O processo teve início no bairro de Xinavane e, neste momento, está em curso nos bairros Central e Changane.
Muitos jovens já foram beneficiados, enquanto outros ainda não tiveram sucesso, mas continuam a lutar para conseguir o seu espaço. Trata-se de um trabalho iniciado há cerca de uma semana, e até agora o fluxo de jovens vindos de vários bairros continua intenso no local.
Dias depois, descobriu-se que alguns responsáveis pela distribuição dos talhões estavam a ser aliciados com dinheiro para facilitar o processo de certos beneficiários, o que gerou grande revolta entre a população.
Há pessoas que, desde o início do processo de atribuição dos talhões, ainda não foram contempladas, apesar de comparecerem todos os dias ao local. Alguns chegaram a inscrever os seus nomes, realizar limpezas no terreno, mas, no momento da distribuição, não foram chamados.
Logo no primeiro dia, durante a reunião no bairro Central, o secretário do bairro explicou detalhadamente como o processo funcionaria e alertou que não haveria qualquer pagamento nem para declarações, nem para a obtenção do talhão.
Segundo informações obtidas junto de alguns beneficiários e colaboradores do Mozanorte, no mesmo distrito e bairro, as cobranças ilícitas começaram logo no primeiro dia do processo.
As regras estabelecidas pelo secretário do bairro não estão a ser cumpridas, e aqueles que não têm dinheiro continuam a deslocar-se diariamente ao local, enquanto outros já desistiram.
Diferente do que aconteceu no bairro de Xinavane, onde os responsáveis agiram com seriedade e imparcialidade, em Macomia há relatos de pessoas que receberam terrenos e os venderam a terceiros, enquanto outros continuam sem conseguir o seu espaço.
Além disso, alguns proprietários de machambas que foram ocupadas sem qualquer indemnização ou explicação ficaram revoltados e continuam a pedir às autoridades competentes uma posição sobre a perda das suas terras.
Eses afirmam que possuíam nas machambas cajueiros, coqueiros, mandioca e outras culturas. Até ao momento, aguardam uma resposta das autoridades. Quanto ao caso das cobranças ilícitas na obtenção dos talhões, os jovens prometem trazer mais detalhes nos próximos dias. (BP)

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