Trata-se da empresa RG Indústria, mais conhecida como Farinal, responsável
pela produção de óleo alimentar, sabão em barra, cadeiras plásticas, entre
outros produtos. A empresa vem operando e poluindo o meio ambiente há mais de
10 anos na cidade de Nacala-Porto.
A situação em questão é o mau cheiro que polui o ambiente, além da fumaça
da chaminé, que está mais próxima das residências vizinhas. O forno da fábrica
tem utilizado cascas de castanha de caju processadas na CN Caju, o que também é
prejudicial à saúde, segundo os moradores.
Neste contexto, o bairro Triângulo, o mais populoso da cidade, e a zona da
Pousada são vítimas desse problema, que já vem tirando o sono dos moradores.
"Estamos passando mal com essa fábrica. Já tentamos reclamar, mas nada
muda. Quando é hora de processar o sabão, o cheiro é insuportável, nem dá para
comer. Quando colocam lenha no forno, são cascas de castanha que retiram da
fábrica de caju. O fumo nos faz mal, as crianças estão tossindo muito, e eu
também tenho passado mal", afirmou dona Fátima Mussage Selemane, residente
no bairro Triângulo, na zona da Pousada.
No mesmo trajeto, encontramos o senhor Denilson Mazuze, alfandegário e
residente na Pousada, no condomínio das Alfândegas. Ele disse.
"É um assunto muito complicado de explicar. Mesmo nós, que somos
moradores das Alfândegas, passamos mal aqui no nosso condomínio, somos vizinhos
da fábrica. Tentamos resolver o problema, mas sem sucesso. Parece que alguém
está por trás disso. Já estamos cansados, pois isso prejudica a nossa saúde e a
saúde dos nossos filhos. O fumo que sai dessa fábrica atinge a nossa
residência."
Tentamos ouvir o responsável pela fábrica, mas fomos informados pelos
seguranças na portaria que não seria possível acessar o interior da fábrica,
pois não tinham nenhuma informação sobre a presença da imprensa.
De acordo com dados em nosso poder, a RG Indústria, mais conhecida como
Farinal, não é apenas acusada de poluir o meio ambiente, mas também de oferecer
más condições de trabalho para seus funcionários.
Estes não possuem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), especialmente
os que trabalham na área do forno (Puler). (Texto e Foto: Gabriel
Cassimo)

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