Com sede na vila de Nametil, o distrito de Mogovolas é actualmente um dos pontos da província de Nampula onde se regista uma preocupante circulação de armas de fogo. A situação tem ocorrido, nos últimos tempos, sob o olhar considerado passivo das autoridades locais.
Em alguns casos, de acordo com fontes locais, a criminalidade envolve até agentes das forças de defesa e segurança.
Exemplo disso, foi o assalto relacionado com o roubo de ouro, protagonizado por indivíduos que se faziam passar por cidadãos comuns, mas que acabaram identificados como agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), depois de um deles ter deixado no local o seu documento de identificação.
Os envolvidos foram detidos e estão a responder judicialmente, no entanto, alega-se que continuam a exercer as suas funções, num processo considerado lento e pouco esclarecedor.
As fontes, denunciaram que mais recentemente, o uso indevido de armas voltou a fazer vítimas. Neste mês, um agente de moeda eletrónica foi assaltado por um grupo de sete indivíduos, armados com armas de fogo e armas brancas.
Durante a acção, foram roubados mais de 215 mil meticais, dois telemóveis e outros bens não especificados.
Igualmente, a vítima um jovem local, foi severamente agredida e, até ao momento, ainda não recuperou totalmente dos ferimentos.
Apesar destes incidentes, insistem as fontes, as armas continuam a circular livremente em Mogovolas. Num passado recente, indivíduos armados assaltaram comerciantes ligados à comercialização de produtos agrícolas, tendo-se apoderado de grandes somas de dinheiro.
Os comentadores afirmam que estes episódios são apenas alguns exemplos de uma situação que muitos classificam como de descontrolo total pelas autoridades.
"Por se tratar de uma região com ocorrência de recursos minerais, o uso abusivo de armas tornou-se um fenómeno recorrente e preocupante. O mesmo padrão foi observado durante as manifestações pós-eleitorais, aumentando os receios de que Mogovolas possa transformar-se num palco de violência generalizada, caso não haja medidas urgentes para travar a circulação ilegal de armas", considera uma das fontes. (Mozanorte)

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