É o segundo caso de justiça pelas próprias mãos ao nível dos subúrbios da cidade de Nampula, norte de Moçambique, em menos de um mês.
Dois indivíduos foram encontrados sem vida, na manhã desta segunda-feira, 10 de Fevereiro, na zona residencial de Brito, na cidade de Nampula. Estes estavam até às 10 horas deitados sobre uma montanha na zona onde formam deixados após terem sido mortos por pessoas não identificadas, mas que se sabe que na sua maioria eram jovens.
Os relatos do nosso repórter no terreno indicam que os dois indivíduos foram capturados pela madrugada numa residência enquanto tentavam roubar ou tinham roubado há dias e que os donos acabaram de localizá-los.
No lugar de levar às autoridades, até porque na zona não existe um posto policial porque foi destruído durante a manifestação pós eleições e depois ocupado e transformado em mercado, optaram por fazer justiça pelas próprias mãos.
A meio de muita lamentação devido a exposição dos corpos, sobre uma montanha e debaixo de um sol radiante, uns diziam ser uma decisão acertada porque na zona há frequência de roubos.
Um residente contou que apesar de ser uma situação lamentável, porque deviam ser levados às autoridades, sente na pele a dor de ter sido roubado recentemente muitos dos seus bens.
Outro residente contou que foi uma situação muito cruel, pior porque aconteceu enquanto estava sendo assistido por menores de idade
"Bateram, lançaram pedras sobre um deles, e disseram para correr, os que cometeram o crime não são adultos, são jovens, não sei como vai ser no futuro porque aqui foi lá pelas seis horas, algumas crianças assistiram".
O anterior caso que se deu há três semanas, foi também na zona de Brito conhecido por Angola, onde um líder de supostos bandidos foi morto por um grupo de populares cansados de serem maltratados pelo mesmo e seus comparsas.
A cidade de Nampula e a província no seu todo, tem enormes desafios de segurança ao registarem-se com frequência situações de crimes hediondos, alguns envolvendo agentes das autoridades.
Na semana passada por exemplo, sete pessoas foram assassinadas na aldeia Aúbe, distrito de Angoche, supostamente pela Polícia da República de Moçambique, mas na sexta-feira a corporação negou mortes, mas admitiu feridos em ambas as partes.
Além de Angoche, houve caso de envolve
militares que são acusados de matar 11 pessoas em Namirroa no distrito de
Eráti. Ninguém se pronunciou
sobre esta ocorrência. (AA)
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