A província do Niassa está a atravessar um momento de grande agitação social, alimentado por áudios que circulam nas redes sociais dando conta de uma alegada ordem de captura de pessoas para extração de órgãos humanos.
Segundo o conteúdo desses áudios, atribuídos a um suposto “patrão vindo de Maputo”, indivíduos estariam a ser sequestrados vivos para retirada de corações e outros órgãos internos. A informação rapidamente se espalhou, provocando pânico nas comunidades, sobretudo nos arredores da cidade de Lichinga, onde algumas populações, em clima de revolta, chegaram a atirar pedras contra comandos policiais, acusando as autoridades de proteger supostos malfeitores.
Paralelamente, surgiram ainda rumores de desaparecimento de crianças em escolas da cidade de Lichinga, nomeadamente em Canccomba e Cerâmica, aumentando o clima de medo e desconfiança.
No entanto, a Polícia da República de Moçambique (PRM) veio a público desmentir categoricamente tais informações. Em conferência de imprensa realizada esta quinta-feira, o porta-voz do Comando Provincial da PRM em Niassa, Nelson de Sousa, esclareceu que não há qualquer registo de raptos ou desaparecimentos de menores nas escolas ou em outros pontos da província.
“Trata-se de desinformação difundida por malfeitores com o objetivo de criar pânico nas comunidades. Até ao momento não recebemos nenhuma denúncia oficial de desaparecimento de crianças”, afirmou.
Nelson de Sousa apelou ainda aos pais e encarregados de educação para manterem a serenidade e deixarem os filhos frequentar a escola normalmente. Reforçou também a necessidade de as comunidades colaborarem com a polícia, denunciando de forma responsável qualquer caso suspeito em esquadras ou postos policiais, ao invés de propagar boatos sem fundamento.
A PRM garantiu que está a trabalhar para identificar os autores destas mensagens falsas que têm estado a semear medo e desordem em várias comunidades da província.(Ma Mataka)
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