Desmantelada rede de suposta falsificação de telemóveis em Nampula

 

O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) em Nampula apreendeu, nesta quarta-feira (15), um número considerável de telemóveis no conhecido Mercado Novo, suspeitos de fazer parte de uma rede de falsificação.

Os aparelhos, de diferentes marcas e modelos desde os mais simples, com teclado, até os smartphones de última geração apresentavam números de série e códigos IMEI idênticos, o que configura um caso grave de contrafação tecnológica.

De acordo com o SERNIC, a descoberta foi feita durante uma operação desencadeada após a denúncia do roubo de um telemóvel. Ao rastrear o aparelho furtado, os investigadores encontraram outros dispositivos com o mesmo número de série, o que levantou suspeitas e levou à apreensão de várias unidades.

A porta-voz do SERNIC em Nampula, Enina Tsinine, explicou que a prática de duplicação de números de série e códigos IMEI compromete o trabalho das autoridades, dificultando o rastreamento de telemóveis roubados e o combate a crimes tecnológicos.

O IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel) é um código de 15 dígitos atribuído pelos fabricantes a cada telemóvel, servindo para identificar e distinguir um dispositivo de outro. A duplicação desse número, segundo especialistas, pode indicar clonagem, roubo de identidade eletrónica ou adulteração na origem do produto.

A operação do SERNIC resultou na apreensão de dezenas de telemóveis em várias lojas e bancas de eletrónicos no Mercado Novo um dos maiores e mais movimentados centros de comércio de acessórios e telemóveis do país. As autoridades acreditam que o esquema envolve comerciantes locais e fornecedores externos, e suspeitam que a prática esteja disseminada em outras províncias.

Os munícipes da cidade de Nampula, e da província em geral, acolheram a notícia com satisfação, uma vez que no Mercado Novo ocorrem diversas irregularidades, sobretudo na compra e venda de telemóveis. 

Muitos consumidores relatam ter adquirido aparelhos que funcionaram apenas por um mês e depois deixaram de funcionar. A população afirma que o SERNIC ainda tem muito trabalho pela frente para garantir a proteção dos consumidores no Mercado Novo. (BP)