Um grupo de pescadores protagonizou, na manhã de terça-feira, um protesto nas instalações das autoridades marítimas de Angoche, na província de Nampula, em reação à detenção de mais de 20 colegas e à apreensão de embarcações por alegada prática de pesca ilegal.
A situação, que começou com uma reunião convocada pelo Instituto Nacional da Marinha (INAMAR), mas rapidamente ganhou contornos de revolta, quando os pescadores aproveitaram o encontro para invadir o recinto das autoridades marítimas. E assim recuperaram à força as embarcações e redes de pesca apreendidas durante as operações de fiscalização realizadas há cerca de cinco dias.
Fontes locais indicam que os pescadores detidos foram multados em cerca de 88 mil meticais, valor considerado excessivo pelos envolvidos, o que teria alimentado a tensão. Em meio ao tumulto, os manifestantes conseguiram retirar pelo menos quatro embarcações e diverso material de pesca, que foram imediatamente levados de volta ao mar.
Durante a acção, os pescadores colocaram barricadas e pedras nas vias de acesso às instalações, impedindo temporariamente a circulação de viaturas. O clima continuou tenso até o final da manhã, com dezenas de pescadores concentrados no edifício das autoridades marítimas, exigindo a libertação dos colegas detidos, alguns dos quais, segundo relatos, estariam há quase dois dias sem alimentação adequada.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) foi mobilizada para o local pouco depois do início da manifestação, mas mesmo com a sua presença, a situação permanecia instável. As autoridades marítimas e o INAMAR não se pronunciaram ainda a respeito do caso. (Mozanorte)

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