Pescadores de Lago desapontados pela má actuação da Administração Marítima

A poucos dias as autoridades marítimas de Niassa realizaram um trabalho de fiscalização nas águas do Lago Niassa, tendo culminado com apreensão do material de trabalho dos pescadores, como: redes e baterias, e aplicação de multas, o que deixou os pescadores surpreendidos e desapontados.

O que está em causa é o uso de rede de pesca não recomendada e falta de documentos que testemunham a legalidade da Actividade pesqueira.

Carlos Salimo e outros pescadores, não escondem a sua insatisfação pela forma como as autoridades marítimas atuaram, afirmam ter sido seguidos no interior do mar pelos fiscais armados a exigirem documentos, e porque na altura não portavam documentos, estavam em casa, foram arrancados redes e baterias, posteriormente foram multados, os pescadores dizem ter ficado admirados ao ser exigido documentos dentro do mar, porque é que as autoridades não esperaram que eles saíssem do mar para fazer as exigências e ouvir a situação de cada pescador?" 

"Nós nunca tínhamos visto isto, essa fiscalização de nós seguir dentro do mar a noite, com armas a exigir documentos, era para entrar na água com documentos, nós deixamos documentos em casa, mas eles não queriam nos dar tempo para irmos buscar, só arrancaram nosso material depois foram beber, quando voltaram disseram para lhes seguir na Admar e lá foram nos dar multa de 4390mt", lamentaram.

Em relação a proibição do uso da rede não recomendada, os pescadores afirmam não ter onde adquirir esse tipo de rede, já procuraram em vários locais, dentro do distrito e da província, os comerciantes não vendem a rede exigida, neste sentido pedem ao governo para alocar o tipo de rede recomendada, para eles poderem adquirir, " 

"Não faz sentido, o governo só exige mas não dá exemplo, devia trazer o tipo de rede que eles querem nós haveríamos de comprar, porque os comerciantes não vendem aqui, é difícil para ter", afirmaram.

Por sua vez a Administração marítima, afirma que simplesmente está a fazer o seu papel de fiscalização, e o trabalho feito na semana passada não foi surpresa, antes houve sensibilização aos pescadores, mas estes não acatam as recomendações.

Para além dos pescadores, comerciantes dessas redes proibidas também foram arrancados e multados, um deles é o cidadão Chinês, que até na última segunda feira não tinha mostrado vontade de pagar a multa, o que pode culminar em julgamento, pelo tribunal marítimo. (Davide Muianga)

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