Barulho em Palma: população reivindica seus direitos em Afungi

 

Afungi, localizada no distrito de Palma, em Cabo Delgado, é onde se encontra a empresa Total, responsável pela exploração de gás natural. Antes da instalação das empresas na região, Afungi era composta por várias aldeias.

A empresa retirou a população de todas as aldeias situadas dentro da área de Afungi e fez promessas que, até o momento, não foram cumpridas. Sem o cumprimento dessas promessas, a população da aldeia de Kitupo, no dia 10/03/2025, manifestou-se na sede da empresa para reivindicar os direitos que lhe foram prometidos.

A empresa construiu casas para a população, prometeu fornecer alimentos a cada três meses e pagar pelas machambas (culturas e plantas) da população, entre outras coisas. Embora a comida tenha sido fornecida, o pagamento acordado nunca foi feito. No ano passado, representantes da aldeia foram até à empresa, onde foram informados de que o problema seria resolvido em breve, mas já se passaram quase 12 meses sem qualquer resposta.

Em outras aldeias, como Senga, Monjane e outras, a população já recebeu os valores, bicicletas, motas e alimentos prometidos. No entanto, a aldeia de Kitupo continua sem receber nada. Vale ressaltar que a manifestação foi pacífica; ninguém danificou bens da empresa, pois o objetivo da população não era prejudicar a empresa, mas sim exigir o cumprimento de seus direitos.

Apesar da grande quantidade de pessoas no portão das instalações da Total em Afungi, as forças de defesa e segurança presentes não impediram a manifestação e sequer se aproximaram, o que foi bem visto pela população, já que os próprios membros das forças de defesa também se sentem prejudicados devido ao cancelamento de subsídios pela empresa.

De acordo com fontes que conversaram com o jornal Mozanorte, há um desentendimento entre a empresa e o governo. A empresa não gosta quando as suas operações não acontecem conforme o esperado e faz o possível para resolver questões relacionadas aos seus trabalhadores e outros assuntos. Após a manifestação, ambas as partes se reuniram e chegaram a um entendimento, prometendo que o problema será resolvido ainda este ano.

O governo distrital e provincial não se pronunciou oficialmente após o ocorrido, e a população responsabiliza o governo pela situação. Eles se arrependem de ter vendido suas terras sem garantir o pagamento adequado. (BP)

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