Enquanto o país celebrava o
7 de Abril, Dia da Mulher Moçambicana, em Ntotwe, uma aldeia situada no
distrito de Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado o cenário era de fuga, medo e dor.
Conta-se que ao cair da
tarde, por volta das 18 horas, sons de tiros romperam o silêncio da comunidade.
Grupos terroristas invadiram a aldeia e espalharam o pânico. Em poucos minutos,
o ambiente de festa deu lugar à correria desesperada em direcção ao mato.
Famílias inteiras
abandonaram suas casas, deixando para trás panelas ainda ao fogo, roupas,
brinquedos das crianças e até os sonhos de uma noite tranquila.
Entre as vítimas do ataque,
estava um professor um homem dedicado que havia escolhido permanecer na aldeia
para educar as crianças mesmo em tempos de incerteza.
Seu assassinato foi mais do
que uma perda individual: foi um golpe profundo em toda a comunidade que o via
como símbolo de esperança e resistência.
"É doloroso pensar que,
enquanto em outras partes do país celebravam as conquistas das mulheres
moçambicanas, mães, filhas e avós de Ntotwe corriam com os filhos nos braços
para a mata, sem saber se voltariam a ver suas casas de pé", observou uma
fonte.
A ironia cruel da data não
passou despercebida por quem viveu aquele momento. Em vez de flores e
discursos, o que marcou a noite foi o som das balas e o choro contido entre as
árvores. A população já está a abandonar em direção a vila e outros locais. Armando António
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