O ataque protagonizado por insurgentes na quinta-feira, 24 de julho, provocou uma onda de deslocamentos das populações das aldeias do Posto Administrativo de Chiúre Velho em direção à Vila-Sede do distrito.
Movidas pelo medo de possíveis retaliações dos terroristas, centenas de
pessoas têm chegado à Vila Autárquica de Chiúre a pé, percorrendo quase 30 km
em busca de um local mais seguro. Os deslocados estão a ser acolhidos em dois
centros de trânsito, que, no entanto, enfrentam sérios problemas de saneamento
básico.
Os centros estão instalados nas escolas primárias de Micone e Coqueiro,
localizadas na zona de Namissir. Os deslocados reclama de falta de
resposta imediata, apesar do trabalho em curso.
No entanto, as salas de aula encontram-se trancadas com cadeado, obrigando
crianças, idosos e mulheres grávidas a permanecerem ao relento. As condições
sanitárias são precárias, e os centros carecem de alimentação e de assistência
médica.
Até ontem, uma equipa da Organização Internacional para as Migrações (OIM)
encontrava-se no local a realizar o registo das famílias no centro de trânsito
da Escola Primária de Micone.
Sexta-feira, estava prevista a visita do governador da província de Cabo
Delgado, Valige Tauabo, que deverá chegar às 9 horas para inteirar-se da
situação vivida pelas comunidades deslocadas. (Celestino Carlos)
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