Quatro salas de aula estão a ser construídas na comunidade de Namarrepo 2, no distrito de Lalaua, em Nampula pela empresa Indo África, sem o conhecimento prévio do Governo Distrital nem do Serviço Distrital de Planeamento e Infraestruturas, órgão responsável pela fiscalização de obras públicas e privadas na região.
A iniciativa da empresa surge no âmbito da sua responsabilidade social empresarial, em resposta à pressão e exigência da população local. No entanto, o facto de a construção ter iniciado e estar já na sua fase conclusiva sem qualquer comunicação ou coordenação com as autoridades governamentais, gerou grande preocupação por parte do Administrador Distrital, Silvério João Nauaito.
Mas mesmo assim, segundo se sabe, uma visita oficial ao local foi realizada no dia 3 de setembro, envolvendo o Administrador e membros do Governo distrital, com o objectivo de avaliar a situação e reunir informações diretamente com os responsáveis pela obra.
Durante a visita, confirme os dados, Nauaito manifestou insatisfação com vários aspetos técnicos e administrativos da construção, de uma obra que diz não ter sido informado.
Entre os principais pontos criticados estão a ausência de engenheiro e fiscal de obra, o uso de materiais de qualidade duvidosa com destaque para os varões utilizados, e as dimensões das infraestruturas que, segundo o dirigente, não respeitam os padrões mínimos exigidos para infraestruturas escolares.
Perante o estado avançado da construção, o Administrador exigiu que a empresa Indo África complemente o projecto com a construção de um bloco administrativo separado, casas de banho e a abertura de um furo de água para garantir o saneamento básico da futura escola.
A Indo África, empresa sob empreitada da Damodar Ferro que desde 2011 explora o minério denominado “pedra ferro” em Namarrepo 2 justificou a acção como parte do seu compromisso com o desenvolvimento local.
Segundo Sahat Malique, gerente da Indo África, presente no momento, entre 2023 e 2024 foram exportadas 38.000 toneladas de minério para o continente asiático.
Apesar da boa intenção aparente, a construção sem coordenação levanta questões sobre o respeito pelas normas legais e os processos institucionais de planeamento e fiscalização, essenciais para garantir a segurança e a durabilidade das infraestruturas públicas. (Mozanorte)
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