A TotalEnrgies é vista como a principal responsável pela situação difícil enfrentada atualmente pela população de Palma, devido a várias promessas feitas que, segundo os residentes, ainda não foram cumpridas.
Os murmúrios e queixas circulam intensamente pelo distrito de Palma, principalmente na vila-sede, em Quitunda e Senga — locais onde vivem muitas das pessoas reassentadas após terem sido retiradas das suas pequenas aldeias, atualmente situadas na área do acampamento de Afungi.
A principal fonte de insatisfação está relacionada às machambas (terras agrícolas) entregues pela empresa. Os residentes alegam que essas terras são pouco férteis, localizadas em zonas improdutivas e muito distantes das novas residências. Após algum tempo, a Total distribuiu algumas motorizadas para facilitar o acesso às machambas, mas os moradores consideram a medida insuficiente.
Segundo os reassentados, em muitas famílias compostas por até dez pessoas onde, anteriormente, cada indivíduo possuía a sua própria machamba agora foi atribuída apenas uma única machamba por família, com apenas uma motorizada para todos. A situação está a tornar-se insustentável.
Além disso, muitas machambas estão localizadas na aldeia de Macala, qua é uma aldeia e por conta das dificuldades, várias famílias já abandonaram as suas casas na vila. Algumas casas foram vendidas ou arrendadas, e os antigos donos mudaram-se para outras aldeias onde é mais fácil cultivar e produzir alimentos.
A população culpa directamente a Total, afirmando que, antes da chegada da empresa, as comunidades viviam em melhores condições, tanto no acesso às terras agrícolas quanto na estabilidade residencial. Muitos reassentados, inclusive, hoje precisam comprar cocos que antes produziam nas suas antigas machambas dentro da zona de Afungi, no distrito de Palma, província de Cabo Delgado. (Mozanorte)

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