Na localidade de Maganja, no distrito de Palma, em Cabo Delgado é comum encontrar muitas senhoras que vendem bebidas artesanais feitas a partir de cana-de-açúcar e caju. Essas mulheres são, na maioria, provenientes dos distritos de Muidumbe, Mueda e Nangade, e costumam se concentrar em locais onde há presença das Forças de Defesa e Segurança, além de pescadores.
Maganja é uma zona com constante movimentação de militares, policiais e pescadores, vindos de outros distritos e da vizinha província de Nampula. Hoje, um policial visitou a aldeia para se divertir e consumir a bebida alcoólica local, vulgarmente conhecida como cochoco. No entanto, após ingerir a bebida, o agente perdeu o controle.
O policial começou a ofender os moradores, acusando toda a população da aldeia de serem terroristas e culpando-os por ele não conseguir permanecer em sua própria casa. As ofensas deixaram os residentes revoltados, e alguns tentaram agredi-lo fisicamente. Houve até quem sugerisse queimá-lo. No entanto, algumas pessoas, com pena da situação, decidiram contactar o quartel local.
Pouco tempo depois, um veículo foi enviado do quartel para retirar o agente do local. Mesmo assim, a maioria da população continuou indignada com as declarações do policial.
A principal preocupação agora gira em torno do consumo excessivo de álcool nos locais onde os militares estão destacados especialmente porque o distrito tem enfrentado sérios problemas de segurança, e justamente aqueles que deveriam proteger a população estão a causar medo.
A administração distrital de Palma deveria dar atenção especial à questão do álcool, principalmente no que diz respeito às bebidas comercializadas por senhoras que vêm de outros distritos. Essa situação representa um risco tanto para a população local quanto para as próprias forças destacadas na região.
Fontes do Mozanorte, presentes no local, afirmaram que muitos militares e policiais costumam pernoitar nas casas dessas mulheres quase todos os dias.
A população local deixou um aviso claro aos policiais e militares que frequentam Maganja apenas para beber, fumar e manter relações amorosas.
Os moradores querem que eles não devem continuar com esse comportamento. Também pedem às autoridades competentes que reflitam seriamente sobre o consumo de bebidas alcoólicas no distrito de Palma, especialmente neste momento em que a insegurança é uma realidade. (BP/Mozanorte)
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