Moradores da aldeia de Walopuana, no distrito de Metuge, província de Cabo Delgado, levantaram suspeitas contra membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), acusando-os de aproveitarem-se da instabilidade causada por recentes movimentações de homens armados para saquear bens da população.
De acordo com relatos de residentes locais, por exemplo, num dos mais recentes actos, os militares chegaram à aldeia por volta das 19h, num momento de tensão e alerta devido à possível presença de insurgentes na região.
Na ocasião, os moradores buscaram refúgio, deixando suas casas vazias por questões de segurança.
Testemunhas afirmam que, durante esse período, soldados teriam entrado nas residências e levado galinhas e outros pertences domésticos. Somente ao amanhecer, com a situação relativamente calma, os moradores retornaram às suas casas e perceberam a falta dos bens. Alguns conseguiram recuperar parte dos animais no acampamento militar instalado próximo da aldeia.
“Ficamos escondidos com medo dos terroristas, mas quando voltamos, percebemos que quem levou nossas galinhas foram os próprios militares”, disse um morador que preferiu não se identificar por questões de segurança.
A situação em Cabo Delgado continua instável, com deslocamentos frequentes de comunidades inteiras por conta dos ataques insurgentes. A actuação das forças militares tem sido essencial no combate ao terrorismo, mas casos como este levantam preocupações sobre o comportamento de alguns soldados e o impacto sobre a confiança da população local.
Segundo uma fonte, no último ataque às aldeias de Chiúre, algumas familia deslocaram-se a Metuge, onde já estão a participar na inscrição e cadastro das famílias para receber apoio humanitário quando for fornecido.
Outrossim, os moradores apesar do medo que se vive, consideram que nos últimos três dias, vive-se um ambiente calmo e que é possível ter sono enquanto a vida volta à normalidade. (André Sombra)
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