A comunidade da localidade de Mpaka, no Posto Administrativo de Mavala, no distrito de Balama, em Cabo Delgado, está agastada com o projeto AVIS Ilumina e com a FUNAI, ambos associados ao governo local. A insatisfação surgiu depois que esses dois setores, em coordenação com o governo, planejaram montar uma Central de Sistema Fotovoltaico em 2023 para abastecer mais de 450 famílias.
Segundo Sueti Mitava, residente da localidade de Mpaka, o projeto foi inicialmente bem acolhido pela comunidade, pois prometia o fornecimento de energia solar sem depender da eletricidade de Cahora Bassa.
"Quando iniciaram as obras aqui na nossa aldeia, estávamos confiantes de que, em breve, teríamos energia permanente, já que a fonte seria a energia solar. Agora, apelamos ao governo e aos responsáveis pelo projeto que resolvam a situação ou nos dão energia, ou continuamos sem ela, como sempre foi" declarou Sueti Mitava.
Por sua vez, Júlio Zacarias Mabote, Diretor dos Serviços Distritais de Planeamento e Infraestruturas de Balama, explicou que o projeto ainda não foi entregue de forma definitiva, devido a falhas na sua implementação. O número de baterias instaladas não corresponde ao previsto, o que impede o sistema de armazenar energia suficiente para abastecer a comunidade 24 horas por dia, ou mesmo por 12 horas contínuas.
"Em dezembro de 2023, estivemos reunidos na cidade de Maputo com a direção do AVIS Ilumina e com a FUNAI, onde apresentamos as dificuldades que a população da aldeia de Mpaka está a enfrentar. Informaram-nos que têm conhecimento do problema e que estão a angariar fundos para desenvolver um projeto de melhoria do sistema fotovoltaico", afirmou Júlio Mabote.
O director acrescentou que, neste momento, aguardam uma resposta da AVIS e da FUNAI sobre a possibilidade de melhorar a central fotovoltaica da aldeia de Mpaka, no Posto Administrativo de Mavala.
"Foi feita uma avaliação do projeto e percebemos que não houve supervisão adequada por parte das Infraestruturas. Detetámos problemas de compactação do solo e ondulações no terreno, o que tem causado desligamentos de fios. Comunicámos essa situação, mas na altura foi-nos dito que isso não afetaria o fornecimento de energia”, disse Mabote.
Ele também esclareceu que inicialmente não tinham conhecimento do número total de baterias, uma vez que não possuem domínio técnico aprofundado na área de energias renováveis. No entanto, estão a trabalhar para que, futuramente, haja uma supervisão mais rigorosa e com qualidade. Segundo Mabote, a meta do governo é garantir que a energia na aldeia de Mpaka volte a funcionar conforme previsto no projeto original.
"A demanda por energia na aldeia de Mpaka é alta são cerca de 450 clientes. A procura é grande, e estamos a discutir com o parceiro formas de melhorar o sistema, aumentar a capacidade e fornecer energia a um maior número de beneficiários”, acrescentou.
Por fim, Mabote ressaltou que este é um investimento promovido por uma ONG, e não diretamente pelo governo. No encontro realizado com representantes da AVIS, em Maputo, foi prometido que medidas seriam tomadas para melhorar o sistema. A ONG também enviou um documento com propostas de revisão, que abrangem o Sistema Central Fotovoltaico a ser implementado no distrito. (Abel Buruhane)
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