O troço Palma–Quionga é uma via bastante movimentada, pois serve como uma das principais ligações com a República da Tanzânia. No entanto, a intensa poeira gerada ao longo desta estrada tem sido motivo de constantes reclamações por parte da população residente nas zonas adjacentes.
As árvores, casas e demais estruturas situadas à beira da estrada encontram-se cobertas de poeira, adquirindo uma coloração esbranquiçada. A principal fonte dessa poeira são os camiões de grande porte da empresa POLAR, que transportam pedras extraídas das pedreiras localizadas em Quionga, na zona de Mbuízi.
Há alguns meses, a empresa AML, responsável pelas minas de pedreiras, utilizava dois ou três camiões-cisterna para regar a estrada entre Palma e o local de carregamento das pedras, com o objetivo de mitigar a poeira. Contudo, nos últimos tempos, essa prática foi descontinuada e já não se observa qualquer intervenção do tipo na via.
De acordo com informações obtidas junto a trabalhadores das minas e residentes das aldeias vizinhas, até mesmo dentro da empresa há carência de materiais de proteção individual (EPIs). Forças locais destacadas para trabalhar no local também enfrentam a falta de equipamentos como luvas, óculos de proteção, máscaras, entre outros.
Apesar de haver sinalização no portão da empresa proibindo a entrada sem o uso de equipamento de proteção, na prática essa exigência não é cumprida.
A problemática da poeira não se restringe apenas à estrada onde circulam os camiões; no interior da empresa a situação é igualmente crítica. Além disso, relatos apontam que nem sequer há fornecimento de leite às forças destacadas para proteger a área, o que é considerado essencial em ambientes com alta exposição a poeiras industriais.
Moradores ouvidos pelo Mozanorte afirmam que esta questão deve ser analisada com urgência, tanto pelas autoridades governamentais como pela própria empresa responsável pelas pedreiras de Quionga, que faz uso diário da estrada.
A população local afirma ainda não saber a quem recorrer para apresentar estas preocupações. Devido à poeira constante, muitas famílias que vivem próximas à estrada deixaram de preparar as refeições no exterior de suas casas, o que era uma prática comum na região. (Mozanorte)
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