Internautas criticam atuação da Força Local em Cabo Delgado e denunciam violações de direitos humanos

 


Internautas e analistas têm manifestado fortes críticas à actuação da Força Local, em algumas zonas da província de Cabo Delgado, apontando alegadas violações de direitos humanos, falta de critérios no recrutamento e ausência de enquadramento legal claro.

Segundo as críticas partilhadas nas redes sociais, o processo de recrutamento da Força Local não obedeceu a critérios académicos nem técnicos, tendo integrado, na sua maioria, indivíduos sem a devida preparação cívica, militar ou em matérias de direitos humanos. Há ainda denúncias de que muitos dos membros não possuem contratos oficiais, vivendo na expectativa de um eventual enquadramento futuro como pensionistas do Estado.

Os críticos recordam que, durante a vigência não foram promovidos debates com vista à institucionalização dos forças locais, processo que culminou, segundo as mesmas fontes, na nomeação de um alto comandante local. No entanto, apesar de o dossiê ter passado pelo parlamento, a situação contratual e salarial do contingente nunca ficou clara nem exequível, deixando muitos dos seus membros em situação de desamparo.

Nas zonas onde a Força Local opera, os internautas denunciam um cenário preocupante, caracterizado por raptos, sequestros, alegadas e outras violações como extorsão de dinheiro às populações e ausência de diálogo com as comunidades locais.

Acrescentam ainda que muitos destes elementos desconhecem ou ignoram que o porte de armas, nas condições em que actuam é perigoso.

“As comunidades vivem sob medo e secretismo, alimentados por propaganda e desinformação”, referem algumas publicações, que também criticam alegadas campanhas mediáticas que, segundo os denunciantes, branqueiam a atuação da Força Local.

Outro ponto levantado prende-se com o facto de alguns membros se autoproclamarem comandantes e reivindicarem supostas vitórias em batalhas, o que, segundo os críticos, não corresponde à realidade no terreno. Para estes internautas, a Força Local tornou-se, paradoxalmente, um factor adicional de instabilidade e de violação dos direitos humanos em Cabo Delgado.

Face a este cenário, várias vozes defendem a necessidade urgente de formação cívica e em direitos humanos para os membros da Força Local, bem como a clarificação do seu estatuto legal e do seu papel no apoio à segurança das comunidades. (Mozanorte)

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